quinta-feira, 31 de maio de 2007

Arte, manifestações puras de liberdade,
imposições a deixam medíocre

Pode-se proibir o homem de falar
não de sentir, arte e sentimento são sinônimos

No passado encontram-se as memórias
No presente está a criatividade
Na união de passado e presente o futuro...

sexta-feira, 18 de maio de 2007

ah de haver de tudo um pouco
e um pouco em tudo...

pedro barbosa

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O haver

Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo–
Perdoai-os! porque eles não têm culpa de ter nascido...

Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.

Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.

Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.

Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história...

Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e do mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.

Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.

Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.

Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante

E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.
Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.

Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...

Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo Infantil de ter pequenas coragens.

in "Poesia completa e prosa: "Poesias coligidas"" (Vinicius de Moraes)

segunda-feira, 14 de maio de 2007

O conceito de organização urbana sempre esteve presente em todas as civilizações, em todos os tipos de povos.
O século XIX abri a era da máquina, do cálculo, dos experimentos, da produção em série, da avalanche de informações, que vai transcender a técnica e vai tocar o homem de uma maneira que não vai restringir sua espiritualidade, mas vai abrir seus olhos para o novo. O mundo inteiro se torna acessível. Este maremoto causado pelo avanço da tecnologia também terá seus lados negativos, o crescimento desordenado da população, das cidades, a falta de organização urbana, causara prejuízos, a aldeia irá sucumbir com o crescimento das cidades, a saída dos camponeses para a cidade em busca de uma vida melhor, será acompanhada pela miséria e a desigualdade...
O século XX com os grandes governantes sempre voltados desde de o começo de todas as eras para seus proprios interesses, tão preocupados com a econômia que toca somente a parte mais rica de forma tão desigual com as outras camadas, com o conceito de globalização sendo imposto por todos os tipos de tecnologia, onde sem sair do lugar podemos estar conhecendo qualquer parte do mundo, um era marcada pela autonomia feminina, tentando ter os mesmos direitos do que os homens, esses direitos tão merecidos... um século que o campo da ciência, da medicina tem um avanço assombroso, onde as desigualdades também se tornam tão evidentes...
E nesse começo de século 21... vejo que nos chega somente aquilo que as gerações passadas não deram tanta atenção, a questão ambiental de extrema importância quase nunca tocada nos séculos anteriores, nos chega de forma bruta, temos que nos concientizar e nos concentrar para diminuir pois viste que nao é possivel acabar com tais problemas a questão é achar soluções, caminhos a serem seguidos, pois o caso é de urgência e não mais de discussões. Nos jovens temos que ter espírito idealizador... tentar mudar o mundo com as palavras, gerando atitudes... isso é uma meta.